Ciama conclui última etapa do Diálogo Participativo para elaboração do Plano Estadual de Bioeconomia
A Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Ciama) realizou nesta segunda-feira (20/10), no município de Careiro da Várzea (distante 25km de Manaus) a última etapa do Diálogo Participativo para a elaboração do Plano de Bioeconomia do Estado do Amazonas, iniciativa do Governo do Estado que será apresentada durante a COP-30, em novembro de 2025. em Belém. A atividade encerrou uma etapa de encontros em todos os municípios do interior, com o objetivo de ouvir as demandas, contribuições e perspectivas de gestores municipais, associações, comunidades tradicionais, povos originários, produtores e representantes da sociedade civil.
Segundo a representante da Ciama, a socióloga Cira Senna, a construção do Plano de Bioeconomia é um marco para o desenvolvimento sustentável do Estado. “A bioeconomia é o caminho estratégico para gerar renda, conservar a floresta e valorizar o conhecimento tradicional. Por isso, ouvir os municípios e comunidades é fundamental, eles são os guardiões do território e os que mais conhecem suas próprias vocações”, destacou.
O Plano de Bioeconomia do Amazonas está sendo coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) e conta com um comitê gestor formado por diversos órgãos estaduais, entre eles a Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Ciama), a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), a Secretaria de Estado de Cidades e Territórios (Sect), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O grupo tem a missão de construir um documento estratégico que alinhe conservação ambiental, inovação tecnológica e desenvolvimento econômico com base nos recursos da floresta em pé.
Representando a Sedecti, a assessora de Bioeconomia Biatris Rocha pontuou que o processo participativo é considerado essencial para que o Plano reflita a realidade e as potencialidades regionais do Amazonas “Garantindo o protagonismo das populações locais na definição das políticas de bioeconomia”, destacou.
Durante o encontro de encerramento, a secretária municipal de Administração do Careiro da Várzea, Graça Alencar, destacou a importância de o município ter voz ativa nesse processo. “O Careiro da Várzea é um município com particularidades muito próprias. Vivemos dois períodos bem distintos, o da seca e o da cheia, o que influencia diretamente nossa economia e o modo de vida da população. Por isso, é essencial que sejamos ouvidos na construção desse plano. Só assim ele refletirá a realidade de quem vive e produz no interior do Amazonas”, afirmou.
Município da Região Metropolitana de Manaus, o Careiro da Várzea tem sua economia fortemente baseada na agricultura familiar, na pesca e no extrativismo, atividades diretamente ligadas aos ciclos das águas do rio Amazonas. Essas características fazem do município um exemplo da importância de políticas públicas adaptadas às condições ambientais e sociais de cada região.
Com a conclusão do ciclo de escutas, as contribuições coletadas serão sistematizadas e incorporadas ao texto final do Plano de Bioeconomia do Estado do Amazonas, que servirá como referência para ações de inovação, pesquisa, sustentabilidade e geração de valor a partir da biodiversidade amazônica.