Ciama consegue aprovar projeto de saneamento para Boca do Acre junto à Funasa

A Companhia de Desenvolvimento do Amazonas (Ciama) obteve, essa semana, a aprovação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do projeto de construção do sistema de abastecimento de água de Boca do Acre, estimado em R$ 7 milhões.

 

Considerado um dos mais complexos do Estado, o projeto de engenharia enfrentou reuniões com engenheiros de Brasília, mas a proposta da Ciama acabou sendo acatada, em função da consistência dos dados técnicos colhidos em campo.

 

“Estivemos em Boca do Acre para realizar análises do sistema de captação atual e estudos de diversas naturezas que não deixaram dúvida quanto à melhor solução”, salientou o engenheiro Alberto Magno, da Companhia de Desenvolvimento.

 

De acordo com o presidente da Ciama, Aluizio Barbosa, esse município no extremo sul do Amazonas está localizado na confluência dos rios Acre e Purus, em terras baixas, e possui uma série de peculiaridades. “Temos em Boca do Acre, na verdade, duas cidades; a que está na parte baixa, às margens dos rios, e uma outra construída, na década de 70, numa área alta chamada Platô de Piquiá, e que é distante cerca de sete quilômetros da antiga”.  O presidente da Ciama ainda explica que a parte baixa é mais populosa e sofre com alagações periódicas e com o assoreamento do rio Acre.

 

Fotos tiradas pela equipe da Companhia mostram como a lama do rio Acre entupiu e até partiu, ao longo do tempo, os canos de captação de água. “A falta de qualquer tipo de filtragem da água carregada de lama acarretou o entupimento de 80% da rede de distribuição”, acentuou o engenheiro Alberto Magno, completando que os reservatórios metálicos estão oxidados e com vazamentos, ocasionando uma perda de até 50% do líquido armazenado.

 

Diante da situação encontrada, os engenheiros da Ciama propuseram como alternativa viável para Boca do Acre uma rede de poços profundos que serão perfurados na parte alta da cidade. Mas justificaram a opção, explicando que construir um sistema para levar a água de um rio assoreado ao Platô de Piquiá, seria um risco alto de se ter prejuízo no futuro com o entupimento das tubulações.

 

Para subsidiar tecnicamente o projeto, a Companhia realizou pesquisas litológicas (das rochas do local) até 150 metros de profundidade e estudos topográficos, geotécnicos e de modulação.

 

OBRAS PREVISTAS – O planejamento das obras em Boca do Acre prevê duas etapas. A primeira constrói Centros de Reservação e Distribuição (CRD 1 e CRD 2) com poços de oitenta metros de profundidade, reservatório metálico, uma unidade de tratamento, reservatórios elevados e adutora de água bruta. A segunda etapa do projeto liga o sistema à Cidade Baixa, onde será construído um novo CRD.