Ciama submete oito projetos para financiamento junto Governo Federal

 A Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Ciama) submeteu, na tarde desta quarta-feira (17), oito projetos junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), via Plataforma + Brasil, antigo Siconv, para investimentos voltados ao beneficiamento da cadeia produtiva de pescado (pirarucu) em quatro municípios do interior, no valor de R$ 4.660.180,00. 

Os projetos preveem a aquisição de máquinas e equipamentos, desenvolvimento da infraestrutura e da logística pesqueira em Fonte Boa, Jutaí, Tonantins e Santo Antônio do Içá. Esses são os municípios que, desde 2009, praticam Manejo na região do Alto Solimões, com exceção de Fonte Boa, que vem praticando há 21 anos. 

A disponibilidade do recurso faz parte do Programa de Apoio a Projetos de Desenvolvimento do Setor Agropecuário de Pequeno e Médio Porte, executado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Com a aprovação pelo MAPA, serão disponibilizados para os quatro municípios micro tratores; motores estacionários diesel de 13 HP, com rabeta longa; carretas agrícolas tipo reboque (com capacidade para 1.000kg); embarcações tipo bote de alumínio de 8,0m com motor de popa com potência de 115 HP, partida elétrica; embarcações tipo bote em alumínio de sete metros com motor de popa de 40 HP, partida elétrica e canoas de alumínio de 5,50 m, tipo rabetinha. 

De acordo com o presidente da Ciama, Aluizio Barbosa, a aprovação destes projetos vem ao encontro da política pública de desenvolvimento para o interior, determinada pelo governador Wilson Lima. “Esta é uma solicitação das comunidades que trabalham com o manejo naqueles municípios, para otimizar a qualidade e a humanização no processo de transporte do pescado de pirarucu (transportado por distância entre 500 a 3 mil metros, por três ou quatro pescadores, “no ombro”, com pesos que variam de 50 a 220 quilos cada um)”, destacou. 

“Vale ressaltar que esta pesca é efetuada nos lagos de manejo, com autorização do IBAMA, o que proporciona ordenamento econômico e um aumento de renda para os pescadores, ribeirinhos e indígenas daquelas localidades”, finalizou.

Sobre o Manejo – Sobre o Manejo – O trabalho começa por volta das 5h da manhã, os pescadores já estão em suas respectivas canoas para a contagem do pirarucu. Divididos em duplas, munidos de caneta e papel e contando somente com os sentidos da visão, audição, eles partem para áreas diferentes do lago. O trabalho é basicamente de observação, onde são registradas quantas vezes os peixes sobem à superfície para respirar. Apenas os adultos são contados, que sobem geralmente uma vez a cada 20 minutos. Os filhotes sobem duas vezes no mesmo intervalo de tempo.

Os pescadores permanecem no lago durante praticamente toda a manhã. Essa contagem, além de identificar a quantidade, determina o número de peixes que poderão ser pescados. Com base no resultado da contagem, o Ibama libera a pesca, um número  equivalente a 30% do total de adultos registrados pelos contadores.

Em todo o Estado, a pesca do pirarucu é proibida o ano inteiro, sendo permitida apenas em Unidades de Conservação, Reservas de Uso Sustentável ou ainda onde existam Acordos de Pesca, com autorização do Ibama.