Com baixo custo, equipamento garante benefícios à piscicultura
Um equipamento capaz de controlar o parâmetro, qualidade da água, oxigênio dissolvido e temperatura em tanques de piscicultura está sendo desenvolvido por empreendedores no Amazonas. Com apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), a ferramenta chamada ‘Piscitech’ terá um valor mais acessível comparado aos modelos tradicionais comercializados e garantirá aos piscicultores um aumento na produção de peixes, além de um pescado com maior qualidade na mesa do consumidor.
De acordo com um dos responsáveis pelo projeto, Roberto dos Anjos Filho, o controle da qualidade da água é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos piscicultores, uma vez que a água usada nos tanques influencia diretamente na produção e na vida saudável dos peixes.
“Além de realizar análise da água nos tanques, o equipamento também será capaz de enviar informações sobre tudo o que acontece no tanque de piscicultura para um controlador. Nós propomos a produção de um equipamento utilizando materiais bons e também recicláveis que deixarão o equipamento com um valor mais barato ao piscicultor”, disse Filho.
O pesquisador explicou que se a temperatura da água estiver alta o controlador poderá ligar uma válvula para circular a água. Se o oxigênio dissolvido estiver baixo, também será possível acionar o aerador para aumentar o oxigênio dissolvido no tanque.
Segundo Roberto Filho, um dos principais motivos pelos quais os piscicultores não possuem o equipamento é devido ao valor alto do produto. Por isso, a maioria dos equipamentos são importados do Sul e Sudeste do Brasil, o que torna o produto caro e inviável para alguns produtores locais.
O ‘Piscitech’ é um dos 40 projetos aprovados no âmbito do Programa Sinapse de Inovação, uma parceria firmada entre o Governo do Estado, por meio da Fapeam, com a Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras – Certi, que visa transformar os resultados de projetos de pesquisa de universidades e instituições de ciência, tecnologia e inovação em produtos inovadores competitivos, além de fortalecer o empreendedorismo inovador.
Benefício aos piscicultores – A engenheira química Vera dos Anjos, que faz parte da equipe de pesquisa, disse que os piscicultores têm uma grande dificuldade em saber a qualidade da água e acabam não fazendo o monitoramento correto por não ter o equipamento. Ela explicou que o ‘Piscitech’ também irá analisar a cor e informar se a água do tanque está adequada para os peixes.
“O peixe vai estar saudável, não vai acontecer o que se vê muito em viveiro, que é o peixe boiando porque morreu por falta de oxigênio ou algo relacionado a isso. Outros parâmetros também podem ser analisados, como a cor da água, saber se a água está realmente adequada ou se ela precisará ser renovada. Inclusive podemos fazer, futuramente, um reaproveitamento da água. Queremos auxiliar o piscicultor de uma maneira geral, desde a gestão do negócio até uma melhoria na produção dos peixes”, disse a engenheira química.
Para a criação da ferramenta, a equipe conta com profissionais especializados. Entre eles, há um médico veterinário, que atua no tratamento da sanidade do animal; uma engenheira química, que realiza a análise da qualidade da água; e um técnico mecatrônico, que atua na elaboração, funcionamento e manutenção do equipamento.
(Fonte: Secom)