Estudo amazonense sobre pobreza recebe premiação e destaque nacional

O estudo intitulado “Pobreza como privação de capacidades: a causação circular nos cinco municípios mais pobres do Amazonas”, da economista Paula Stone, colaboradora da Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas – CIAMA, recebeu premiação do Conselho Regional de Economia do Amazonas, em solenidade realizada na noite da última quarta-feira, dia 19, na Federação das Indústrias do Amazonas – FIEAM.

A pesquisa também foi premiada pela Ordem dos Economistas do Brasil e pelo Conselho Regional de Economia do Estados de São Paulo, em evento realizado na capital paulista, no último dia 10 de agosto, como uma das melhores monografias do País. Também receberam premiação os estados de São Paulo, Pará, Ceará, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.

A monografia foi embasada em dados secundários disponibilizados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, por meio do Atlas de Desenvolvimento Humano, bem como informações da Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação – Seplan-CTI e de forma específica, descreve as características socioeconômicas dos municípios analisados e o processo de causa da pobreza, apontada como circular, nesses municípios.

A economista aponta, a partir do conceito de desenvolvimento como liberdade, as implicações dos indicadores de privação de capacidades para a concentração de renda nos cinco municípios mais pobres do Amazonas (Atalaia do Norte, Itamarati, Santa Isabel do Rio Negro, Ipixuna e Santo Antônio do Içá). 

Segundo Paula Stone, é possível afirmar que a discussão atual procura superar a noção de desenvolvimento pautada apenas no crescimento econômico, inserindo no debate a necessidade de uma conceituação que leve em conta os aspectos multidimensionais desse fenômeno. 

Quanto aos resultados, a economista destaca que os municípios que obtiveram maior crescimento da pobreza, também obtiveram maior crescimento da desigualdade, ao mesmo tempo que tiveram menor crescimento da renda. “O que nos leva a compreender que há um fluxo de causação circular no âmbito do círculo vicioso da pobreza, por conta que quanto menos renda, mais concentração, menos oportunidades, mais limitação de capacidades e consequentemente mais pobreza”, explicou, acrescentando que todos os cinco municípios analisados apresentam essa mesma tendência. 

De acordo com o estudo, para que se possa ter uma noção mais precisa sobre a pobreza e a causação circular no Estado do Amazonas, teria que ser analisada a amostragem dos 62 municípios do Amazonas. Porém os esforços foram concentrados para os cinco municípios com a situação mais agravante e com os piores indicadores. “Justamente porque são esse municípios que precisam de mais atenção nesse momento, para formulação de políticas públicas por exemplo, levando melhor qualidade de vida á população desses municípios. Mostrar em que quadro está essa causação circular é o primeiro passo para que sejam feitas iniciativas para estudos futuros”, finalizou.

* A monografia está disponível para consulta na Biblioteca da Universidade Federal do Amazonas – UFAM