Governo do Amazonas vai buscar crédito externo para construir aterros sanitários no interior,
O governador José Melo afirmou, durante entrega de caminhões coletores e compactadores de resíduos sólidos para 14 municípios amazonenses, realizada no último dia 19, que vai buscar financiamento externo para implantar aterros sanitários em todo o interior. Até maio do ano que vem, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) deve lançar os Planos de Resíduos Sólidos do Estado e da Região Metropolitana trazendo um diagnóstico da situação e o embasamento para construir os espaços controlados para o lixo.
Desde o ano passado, o Governo do Estado apoia os municípios a se adequarem à nova legislação brasileira de resíduos sólidos, cujo ponto central é a extinção dos lixões. Com recursos do tesouro estadual, 59 municípios já elaboraram os seus planos municipais de resíduos e também o plano de saneamento, esgoto e abastecimento de água. Em 43 cidades, as prefeituras já conseguiram aprovar a legislação sobre resíduos sólidos, mas enfrentam dificuldades de ordem financeira para tirar do papel. Além de faltar recursos para instalar e operar os aterros, as cidades esbarravam ainda na precariedade da coleta. Na maior parte dos casos, o lixo residencial era recolhido em caminhões improvisados e carroças puxadas por animais.
Para o governador, as mudanças na Política Nacional de Resíduos Sólidos trazem benefícios, mas restou aos Estados e Municípios o fardo mais pesado. “Se os municípios não têm recursos para comprar caminhões para coletar o lixo, como vão fazer para implantar esses aterros”, questiona.Segundo estimativa da SDS, para construir e manter em operação um aterro, os custos giram em torno de R$ 8 milhões em municípios de pequeno porte. Em cidades com maior densidade populacional, como Parintins, Tefé, Tabatinga e Manacapuru, os valores saltam para algo em torno de R$ 15 milhões. Em cidades situadas em regiões de várzea, os aterros terão de ser instalados em terrenos na terra firme, exigindo o transporte fluvial do lixo.
As consultas de crédito para financiar os aterros serão feitas junto à Confederação Andina de Fomento (CAF) e o Banco Mundial. Segundo o governador, a proposta é implantar os aterros sanitários e desenvolver uma cadeia de coleta seletiva que permita a geração de emprego e renda para cooperativas que trabalham com o lixo, como catadores. Além dos benefícios ambientais, o fim dos lixões será positivo também para o tráfego aéreo.
“Com a apresentação do plano, o governo vai atrás de recursos para construir os aterros. Haverá um ponto que é a coleta seletiva. Não teremos financiamento sem um projeto que integre a coleta seletiva. É construir os aterros, aumentar capacidade de coleta e criar um programa social para inclusão. Enquanto isso, ajudamos os municípios com esses caminhões que são importantes porque ajudam as prefeituras a limpar a cidade e a população a ter mais dignidade e saúde”, afirmou o governador.