Governo do Estado apoia estudo que busca potencial em fungos para produtos naturais bioativos

 A busca por novas fontes de produtos naturais com propriedades bioativas levou a pesquisadora Maria de Fátima Almeida a analisar os fungos da floresta amazônica como uma nova alternativa para produtos biotecnológico e farmacológico no Amazonas.

A pesquisa realizada com apoio do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), está sendo realizada no laboratório de microscopia no Instituto Federal do Amazonas (Ifam) com objetivo de extrair dos microrganismos encontrados em plantas benefícios para a sociedade.

Segundo a pesquisadora, em um estudo anterior foram realizados ensaios biológicos in vitro no qual os fungos apresentaram atividade biológica anticancerígena. “Os testes mostraram que há potencial citotóxico promissor com relação a extratos e frações de fungos endofíticos, frente às linhagens de células tumorais humanas como leucemia, melanoma, ovário entre outros”, disse.

Os fungos endofíticos são microrganismos encontrados nas plantas e agem como uma camada protetora contra agentes externos, criando substâncias químicas que as protegem.

Benefícios – Segundo Maria de Fátima Almeida, estudos realizados em outros países já comprovaram também que as substâncias isoladas do microrganismo presente nos fungos endofíticos possuem vários benefícios que podem ser usados como fonte de produtos naturais bioativos com grande potencial de aplicações na agricultura, na indústria de alimentos e na medicina.

De acordo com ela, há mais de 130 medicamentos de origem microbiana usados nos mais diversos tipos de doenças, como agentes antibacterianos, antifúngicos, antiparasitários, antiviral, antinflamatório, anticâncer, neurológico, cardiovascular e em doenças imunológicas

Outra grande vantagem, em relação às demais fontes de produtos naturais, é o fato que os microrganismos podem ser cultivados em larga escala em fermentadores, não havendo prejuízo ao ecossistema, como ocorre com plantas e algas retiradas de ambientes naturais.

Espécies nativas – No projeto de pesquisa que recebe aporte financeiro via Programa de Fixação de Doutores na Amazônia (Fixam) da Fapeam, ela pretende estudar espécies nativas da região amazônica. “Vamos trabalhar com as espécies de nossa região, que tem potencial, mas que muitas vezes não são conhecidas”, disse Maria de Fátima Almeida.

A pesquisa conta com o auxilio de uma equipe formada por bolsistas de iniciação científica, apoio técnico, além das doutoras em química orgânica, Juliana Martinez e Ana Lúcia Mendes, que fazem, respectivamente, a identificação molecular e perfil químico analítico. Essa é a primeira vez que a Maria de Fátima Almeida tem um projeto de pesquisa com recursos financeiros do governo do Estado via Fapeam. Para ela, o apoio possibilita que o estudo seja realizado em tempo hábil e garante que as pesquisas beneficiem diretamente a população.

“Esse é o meu primeiro trabalho com apoio da Fapeam. Esse suporte que a instituição dá é fundamental para transformar a pesquisa em realidade. Além disso, ainda temos a formação de novos recursos humanos por meio das bolsas de estudo que são concedidas”, disse a pesquisadora.

Sobre Fixam/AM – Estimular a fixação de recursos humanos com experiência em ciência, tecnologia e inovação e/ou reconhecida competência profissional em instituições de ensino superior e pesquisa, institutos de pesquisa, empresas públicas de pesquisa e desenvolvimento, empresas privadas e microempresas que atuem em investigação científica ou tecnológica.

(Fonte: Portal do Governo do Amazonas)