Grupos de Trabalho do Governo do Amazonas estudarão potenciais econômicos do Estado
O potencial econômico em negócios sustentáveis no Amazonas deve ficar mais ao alcance de investidores. As regras para atrair recursos e desenvolver projetos de piscicultura, fruticultura, mineração e envolvendo cadeias de produtos florestais devem ser definidas ao longo dos próximos meses pelo Governo do Estado em cooperação com cientistas, ambientalistas e ONGs. O anúncio foi feito pelo governador José Melo no encerramento do Fórum Matriz Econômica Ambiental do Estado, nesta quinta-feira, 2 de março. Outra rodada do encontro está marcada para junho, desta vez com a presença de empresários e investidores estrangeiros.
O portfólio de negócios vai conter atividades consideradas de baixo carbono e com capacidade de contribuir para a preservação e proteção do meio ambiente e será apresentado aos empresários e investidores na próxima etapa do Fórum. O Estado almeja o selo sustentável de produtos naturais e, para isso, envolveu a comunidade científica, ambientalistas e Organizações Não Governamentais (ONGs) na construção de um novo rumo para a matriz econômica do Estado, reduzindo também a dependência do modelo Zona Franca de Manaus.
Outro ponto chave é a necessidade de integração ao restante do país, com a retomada da BR-319 através de uma estrada-parque com monitoramento do Exército, tema que teve boa recepção. “A tarefa só começou. Através de um decreto, vamos tornar permanente esse Fórum. Criar grupos de trabalho para desdobrar as medidas de curto, médio e longo prazo”, explicou o governador.
O estudo da nova matriz econômica do Amazonas envolve diversas áreas. Conterá as medidas que viabilizem oportunidades de negócios e mecanismos para gerar avanço nas pesquisas científicas e na inovação biotecnológica. Um dos pontos defendidos pelo governador, por exemplo, é fortalecer a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), atraindo centros internacionais de pesquisa, transformando-a no maior centro de estudos sobre a biodiversidade amazônica e, com isso, buscar meios de gerar riquezas.
Virada histórica – Líder da iniciativa, o governador José Melo considera a deliberação com o grupo de ambientalistas, pesquisadores e representantes de ONGs uma virada histórica. Para ele, o Estado dá os primeiros passos para assumir um protagonismo necessário na busca das soluções para os problemas regionais com conhecimento de causa, ou seja, considerando a biodiversidade e a necessidade de a população progredir com melhorias na saúde, educação e infraestrutura.
“Quero que o Amazonas continue contribuindo com o equilíbrio ecológico do mundo, mas não podemos abrir mão de que os índios e essa população que vive aqui e ajudou a preservar essas riquezas seja reconhecida e inserida nesse processo. O mundo precisa pagar um tributo pela manutenção dessa floresta tão fundamental. E propomos que o mundo venha para cá, ajude a prestar serviços ambientais, ganhe dinheiro e saia com produtos com selo sustentável”, afirmou.
Modelos de cadeias produtivas – Para captar os investidores, o governo amazonense pretende criar modelos de cadeias produtivas que facilitem a participação do empresariado. As regras serão amadurecidas ao longo dos próximos seis meses nos grupos de trabalho que serão criados pelo governador e que serão compostos por membros do governo e da sociedade civil. A exploração mineral, produção madeireira e ceramista e o cultivo da seringa também estão entre os nichos que serão avaliados. Um dos pontos centrais é viabilizar um polo de biocosméticos e fármacos, utilizando os recursos da floresta amazônica.
“Demos o primeiro passo e temos que chegar em junho com substância para poder trazer investidores, administradores de fundos de pensão, embaixadores e continuar construindo esse modelo que permita que o povo tenha uma atividade econômica rentável, escola, saúde e qualidade de vida. E dizer que tudo isso está acontecendo de forma sui generis, e a floresta continua prestando os seus serviços”, enfatizou o governador do Amazonas.
Os grupos de trabalho vão envolver a secretaria de Meio Ambiente, de Planejamento, Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e a Casa Civil do Governo.
(Fonte: Secom)