Manacapuru , no interior do Amazonas, recebe fábrica de calcário
O governador Omar Aziz afirmou nesta sexta-feira, dia 07 de março, que a inauguração da primeira fábrica de calcário dolomítico (de uso agrícola) do Amazonas é um divisor de águas para a produção agrícola do Estado. Com capacidade para a produção de 400 toneladas por dia, a fábrica da Calnorte Ltda. foi inaugurada por Omar Aziz na manhã desta sexta-feira, na comunidade Bela Vista, no quilômetro 55 da rodovia Manuel Urbano (AM-070) e vai processar o minério extraído da mina de Jatapu, em Urucará (a 680 quilômetros da capital).
Segundo o governador, com a produção local, o preço da tonelada do calcário dolomítico, usado tanto na agricultura quanto na piscicultura, vai reduzir de cerca de R$ 400 para R$ 155. Isso porque o Governo do Estado criou condições especiais para o fabricante que incluem isenção do pagamento do Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS) sobre a compra do minério e ainda está subsidiando o transporte para que o produto chegue ao produtor no mesmo valor que sai da fábrica.
Atualmente, o calcário consumido no Estado vem do Ceará, Rondônia e Mato Grosso. “Criamos as condições para permitir que o calcário chegue ao produtor que está no alto Juruá ou no Solimões com o mesmo preço. Assim como estamos fazendo com a ração do peixe, onde o preço praticado em Manaus é o mesmo em qualquer lugar do Estado”, disse o governador. A escolha de Manacapuru para a instalação da fábrica também foi estratégica. “Escolhemos Manacapuru pelas condições que temos aqui – o rio é perto com um calado bom e você vai poder escoar o calcário para todo o Estado”, completou.
Para Omar Aziz, com a produção local e a consequente queda no preço o pequeno produtor vai poder reduzir custos com o cultivo e melhorar a qualidade dos produtos, em razão dos benefícios do calcário na correção da acidez do solo, bem como no aumento da disponibilidade de nutrientes. “O calcário aumenta a produção e também a qualidade dessa produção, ou seja, permite produzir mais e melhor”, disse. O uso do minério também vai trazer benefícios ao meio ambiente, uma vez que, em geral, os produtores realizam queimadas da vegetação para a diminuição dessa acidez. O governador também disse acreditar que as condições criadas pelo Estado e a farta matéria-prima existente pode atrair outros investidores.
As primeiras quatro mil toneladas do minério, transportadas em balsas até o porto da Calnorte, em Manacapuru, já começaram a ser beneficiadas nesta sexta-feira. A previsão é de que haja um aumento em até cinco vezes do consumo do calcário, atualmente estimado em 50 mil toneladas.
Capacidade de produção – A fábrica Calnorte tem capacidade de produção de 40 toneladas de calcário em pó por hora, sendo 400 toneladas por dia. De acordo com o proprietário, José Nonato de Almeida, por ano, devem ser produzidas 20 mil toneladas do minério. Segundo ele, a quantidade vai variar de acordo com a procura de consumidores. A fábrica está instalada em um terreno de sete mil hectares e tem, atualmente, 15 funcionários, mas esse número deve dobrar conforme o aumento da produção. Ainda de acordo com ele, a fábrica tem capacidade para aumentar a produção de acordo com a demanda.
A Calnorte tem matriz em Caracaraí (RR) e uma outra filial em Itaituba (PA) e produz ainda calcário para massa asfáltica e cal de parede, embora a fábrica de Manacapuru vá produzir, inicialmente, apenas o calcário dolomítico. A mina do Jatapú, de onde o minério é retirado, já extraía calcário rico em carbonato de cálcio, utilizado na fabricação de cimento e tem a capacidade de extração de 1,7 milhão de toneladas de calcário rico em magnésio, o que representaria assima independência do Estado, em relação ao produto.
Trabalho conjunto – O projeto para a instalação da fábrica foi coordenado pela Secretaria de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (SEMGRH), Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS) e Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), que juntas realizaram o arranjo produtivo que permitiu a Calnorte instalar a fábrica em Manacapuru e contou ainda com a parceria e apoio das secretarias estaduais de Planejamento (Seplan), de Fazenda (Sefaz) e Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), Comissão de Mineração da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) e órgãos federais como Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
(FONTE: PORTAL DO GOVERNO DO AMAZONAS)