Projeto do Governo do Estado recebe Certificação de Tecnologia Social pelo Banco do Brasil

O Projeto de Manejo de Recursos Pesqueiros, executado pelo Governo do Estado, no município de Tonantins, (distante 865 km em linha reta de Manaus), por meio da Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Ciama), recebeu Certificação de Tecnologia Social na 7ª Edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Ao todo, a instituição certificou 192 tecnologias sociais de todo o Brasil, sendo sete do Amazonas, dessas, cinco da capital e duas do interior.

De acordo com os critérios de avaliação, o Projeto, desenvolvido com a Associação dos Pescadores e Pescadoras Profissionais Artesanais de Tonantins (ASPECT), inscrito como “Fortalecimento do Manejo Participativo de Lagos” foi selecionado por dispor de técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social.

Conforme informou o gerente de Parcerias, Articulações e Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil, Jefferson D´Avila de Oliveira, até o final do mês de outubro, o Projeto de Manejo estará disponibilizado na base de dados do Banco de Tecnologias Sociais e, posteriormente, será traduzido para os idiomas inglês, francês e espanhol. A mesma previsão (final de outubro) foi dada para a entrega do certificado. O Banco de Tecnologias Sociais está disponível no endereço eletrônico: http://www.fbb.org.br/tecnologiasocial/

Além de Tonantins, o Projeto de Manejo de Lagos é desenvolvido ainda nos municípios de Jutaí e Fonte Boa. Ao todo, envolve 5.600 famílias, somente em Tonantins, são 14 comunidades indígenas e mais seis não indígenas, totalizando 220 famílias beneficiadas. Em 2012, no município, foram pescados/comercializados 103.535 unidades de pirarucu, proporcionando uma renda familiar de R$ 2.686,00 por família.

Sobre o Manejo – O trabalho começa por volta das 5h da manhã, os pescadores já estão em suas respectivas canoas para a contagem do pirarucu. Divididos em duplas, munidos de caneta e papel e contando somente com os sentidos da visão, audição, eles partem para áreas diferentes do lago. O trabalho é basicamente de observação, onde são registradas quantas vezes os peixes sobem à superfície para respirar. Apenas os adultos são contados, que sobem geralmente uma vez a cada 20 minutos. Os filhotes sobem duas vezes no mesmo intervalo de tempo.

Os pescadores permanecem no lago durante praticamente toda a manhã. Essa contagem, além de identificar a quantidade, determina o número de peixes que poderão ser pescados. Com base no resultado da contagem, o Ibama libera a pesca, um número  equivalente a 30% do total de adultos registrados pelos contadores.

Em todo o Estado, a pesca do pirarucu é proibida o ano inteiro, porque além do defeso nacional da espécie – de 1º de dezembro a 31 de maio, ainda há o defeso estadual – 1º de junho e 30 de novembro. Diante disso, a pesca da espécie no Amazonas só pode ser feita em Unidades de Conservação, Reservas de Uso Sustentável ou ainda onde existam acordos de pesca.