Projeto do Polo Naval do Estado conciliará interesses das comunidades

O projeto do Polo Naval do Amazonas conciliará os interesses econômicos e socioambientais da região em que deve ser instalado, nas imediações do Lago do Puraquequara, assegurou o secretário de estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico Airton Claudino, na audiência pública realizada nesta sexta-feira (08.03), na Assembléia Legislativa do Amazonas, para debater a situação das populações tradicionais e ribeirinhas frente ao projeto que está sendo elaborado pelo Governo.

 

“Nossa intenção é integrar a comunidade ao projeto. Abrir novas frentes de negócios para os produtores da área, e não esvaziar os nichos de economia que já existem na área. Quem está lá a vida inteira trabalhando vai continuar lá até quando quiser”, destacou Claudino ao ser questionado sobre a possível retiradas das comunidades para a implantação do novo distrito naval.

 

A audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal e Comissão do Meio Ambiente da ALE, reuniu membros das comunidade Jatuarana e São Francico do Tabocal, entre outras, lotou o plenário Rui Araújo. Presidida pelo procurador da República Leonardo Andrade Macedo, a mesa contou com a presença do deputado Sinésio Campos (PT), Luiz Castro (PPS), e representantes de instituições como o Ministério Público Estadual.

 

Uma das precupações recorrentes dos líderes comunitários que se manifestaram durante a audiência foi quanto ao fato de o Governo do Estado ter editado um decreto instituindo uma parte da região como de interesse público, sem que os moradores fossem consultados. Segundo Airton Claudino, a comunidade não foi ouvida porque a área ainda não tinha sido definida de fato. “Os estudos ainda não tinham sido concluídos. O decreto foi editado afim de evitar possível especulação imobiliária na área”, detalhou o secretário.

 

Claudino enfatizou que não há interesse do Governo de desapropriar quem trabalha e produz. “É o contrário, a idéia é promover o desenvolvimento socioeconômico dessa região, oferecendo melhores condições para essas comunidades”, afirmou.


O PROJETO


O futuro distrito naval deve ocupar uma área de 38,8 quilômetros localizada na região do Puraquequara. O projeto prevê a instalação de 2 grandes estaleiros, 6 estaleiros de médio porte e outros 60 de pequeno porte. A indústria naval do Amazonas emprega atualmente cerca de 12 mil pessoas, sendo o terceiro maior gerador de emprego do País neste segmento.

A implantação do Polo Naval, sob a responsabilidade da Seplan, terá sua primeira etapa concluída em até três anos, e deve gerar cerca de 20 mil empregos diretos e movimentar negócios de aproximadamente R$ 1 bilhão com a construção de barcos esportivos e de luxo, lazer, turismo, além de flutuantes, balsas e pequenos embarcações.

O Amazonas conta atualmente com cerca de 37 estaleiros de pequeno porte e uma frota regional estimada em 50 mil embarcações. A estruturação do polo naval do Amazonas conta com a parceria da Suframa, sindicatos de empresas e trabalhadores, e instituições de fomento, pesquisa e desenvolvimento. Desde janeiro do ano passado, vem sendo delineadas ações para a implantação do pólo naval.

(FONTE: Seplan)